sábado, 30 de outubro de 2010

Novela Orçamento 2011, ultimo episódio?

Quando o final parecia ter acontecido na quarta-feira, eis que os produtores deste enorme êxito foram sensiveis aos pedidos e transmitiram mais um episódio, o enredo não saiu muito do que era ate então, com as suas verdades absolutas e desmentidos uns minutos depois.
O final deste acabou por ser o esperado por todos os espectadores, ou será que vamos ter mais uma emissão especial? Talvez seja transmitido domingo à noite pela RTP para combater os Ídolos e a Casa dos Segredos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Zangam-se as comadres, sabem-se as verdades.

Depois de uma relação de cinco dias de tamanha intensidade que apenas pode ser comparada a Romeu e Julieta, eis que o mais que provável casamento cor-de-rosa passou a divórcio negro, o casamento de salvação nacional não era mais que um casamento de interesses.

O PSD abriu as hostilidades as 11 horas dizendo:

-“O Governo foi insensível à nossa argumentação depois de ter deixado engordar desmesuradamente a despesa pública em 2010"

-faltou "vontade política" para um esforço maior de corte da despesa.

-"O que nós detectámos foi que não existia vontade política de fazer medidas adicionais que implicassem um maior esforço relativo do lado da despesa, face ao esforço relativo da área da receita"

-"O Governo quer sacrificar cada vez mais as famílias, os funcionários públicos e as empresas e não quer fazer o trabalho de casa que lhe compete"

Meia hora depois o governo qual namorado ciumento, não quis deixar o companheiro vencer o rompimento do noivado, respondendo em tom agressivo:

-“O PSD achou que estava a fazer um favor ao Governo ao sentar-se à mesa das negociações.”

-"O PSD aceitou uma negociação a contra-gosto, veio para as negociações não por vontade própria, mas porque não pôde ignorar a pressão enorme que sobre este partido se fez para que tivesse um gesto de diálogo"

-"O PSD esteve mais preocupado em obter bandeiras de propaganda e de popularidade e não propriamente para chegar a um compromisso que sirva os interesses do país"

Depois de todas estas trocas de acusações soubesse que o que provocou a ruptura foi o acordo pré-nupcial, o PSD tinha exigências que o PS não quis aceitar, depois de várias investidas do laranjas, o PS apresentou uma proposta final sem qualquer possibilidade de negociação, ao que o PSD lhe respondeu para ir procurar outro parceiro de tango, visto aquela proposta ser uma tanga. (Já agora, será que o pais ainda tem a tanga ou ate já isso perdemos?)

O mais interessante acaba por ser pouco tempo depois saber-se que a diferenca entre as partes esteve em 400 milhoes de euros, quando só em derrapagens orçamentais em 2010 o valor vai ja em 1.8 mil milões, mais do quádruplo do que era necessario à dita "salvação nacional".

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Há câmaras que levam 900 dias a pagar a fornecedores

Tempo fixado actualmente é de 60 dias, mas o objectivo é reduzir o prazo para 30 dias

Pelo menos 161 dos 308 municípios portugueses não cumprem a lei dos prazos de pagamento, fixada em 60 dias. A Direcção-Geral das Autarquias Locais publica a lista dos municípios com prazo médio de pagamento superior a 90 dias, e, no final do segundo trimestre deste ano, eram 161 as câmaras inscritas, com prazos a variar entre os 92 dias de Castro Daire e Vila Viçosa e os 901 de Castanheira de Pêra. Mas Povoação, na Madeira, leva em média 713 dias a liquidar as suas facturas e Mondim de Basto 654 dias. Situação complicada, se atendermos a que o Governo pretende reduzir, em 2011, os prazos de pagamento da administração central e local para 30 dias.

Significativo é, também, o facto de apenas 14 das câmaras que integram a lista pagarem a menos de 100 dias, sendo que 95 levam até 200 dias a liquidar as dívidas, 34 pagam até 300 e dez ficam abaixo da fasquia dos 400 dias. Por fim, há três que demoram, em média, mais de 400 dias a regularizar as contas e duas ultrapassam os 500.

Mas, mesmo entre os piores pagadores, há casos de recuperação. Alfândega da Fé, que no terceiro trimestre de 2009 tinha um prazo médio de pagamento de 919 dias, agora está com 504. Aveiro, em contrapartida, baixou dos 515 dias para 453 entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, mas, até Setembro de 2009, mantinha prazos entre 30 e 45 dias. (...)

http://dn.sapo.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1694273

Que bem que faz à económia e ao funcionamento de uma empresa estar dois/três anos à espera de um pagamento, o estado é o pior pagador, logo quando o exemplo não vem de cima como poderemos melhorar? Todos sabemos que se fosse um privado em vez do estado não teriam estes prazos tão alargado, muito menos fora dos prazos por lei definidos.

Não admira que não se cumpra os 60 dias de lei, quando o próprio governo não cumpre sequer a data de entrega de um orçamento.

A dança continua

Catroga e Teixeira dos Santos dão mais um passo para viabilizar OE

Oito horas depois de se sentarem à mesma mesa, Governo e PSD ainda não fecharam um acordo para o Orçamento do Estado para 2011. Mas deram ontem mais um passo, numa segunda reunião que durou três horas, no Parlamento. Foi do lado da receita, segundo apurou o Diário Económico, que Governo e PSD deram um passo em frente no sentido positivo, com ambas as partes a aceitarem cedências. Os pontos a afinar mantém-se agora do lado da despesa. Para esta manhã, às 10h00, está já marcada nova ronda negocial.
(..)
Teixeira dos Santos sublinhou que o Governo e PSD "continuam empenhados em chegar a um entendimento".

No entanto, o ministro deixou um alerta: desde que o acordo não comprometa as metas orçamentais . Teixeira dos Santos não aceita mexer na meta do défice em 2011, fixada nos 4,6%, bem como, apurou o Diário Económico, mexer nas Parcerias Público-Privadas com concurso já lançado. Já o PSD não abdica de ver algumas das suas exigências cumpridas na nova proposta.

http://economico.sapo.pt/noticias/catroga-e-teixeira-dos-santos-dao-mais-um-passo-para-viabilizar-oe_102498.html

Hoje temos mais uma festa de dança Argentina na assembleia, diz-se que hoje é "boys" night, qualquer "boy" que quiser um "job" tem que marcar presença para receber a sua participação nas parcerias Publico-Privadas, tão favoraveis ao desenvolvimento do País

domingo, 24 de outubro de 2010

Um jogo de Poker Orçamental


Temos vindo a assistir ao mais renhido jogo de poker de sempre, com um conjunto de jogadores aguerridos, mas com muito pouco para dar. De um lado o governo com uma mão cada vez mais fraca e do outro a oposição com cada vez menos trunfos e medo da próxima jogada.

PCP e BE ainda a primeira ronda estava a começar, mal tinham visto as suas cartas e já estavam a anunciar a sua desistência, ficava assim este jogo reduzido a três jogadores.

Começou aqui o verdadeiro jogo de bluffs, principalmente à medida que se ia vendo que haveria uma terceira desistência, não foi com surpresa que um CDS-PP com menos “fichas” agora que na altura das eleições abandona este jogo.

Ficamos assim reduzidos aos dois principais jogadores, (que quando não estão a jogar estão a dançar tango), sabendo que nenhum pode arriscar muito, começam a apostar fortemente no bluff, tentando assim assustar o oponente. De um lado o PSD ameaça o chumbo do orçamento, do outro o governo avisa que se tal acontecer eles se demitem.

Ainda assim em mais uma ronda de apostas o governo não parece assustado com o chumbo e apresenta um orçamento que não tem em conta qualquer aviso vindo dos seus oponentes, o PSD num contra bluff avisa mais seriamente que chumba mesmo o orçamento, mas ainda assim expõem as suas cartas e decide ir a jogo. Porque sentem que este desafio não interessa a mais ninguém, nem decide o futuro (duvidoso) do país, transferem esta acesa disputa para um lugar mais privado (e as pessoas ainda dizem que os políticos não fazem nada, até ao fim de semana trabalham, ou será que foram dançar um tango?).

Cheio de vontade de entrar em jogo está o Sr. Presidente da Republica, mas auto-suspende a sua participação com receito que em Janeiro lhe retirem a licença.

Do lado de fora, a assistir a tudo isto, estamos todos nós, cada vez com menos esperança de ver sequer um par em qualquer das mãos dos partidos, parece-me que lá só há duques e cenas tristes ou quando muito uma sequencia de medidas perdidas.